By Mário Ribeiro
Nossa Corneta "Botafogo" no Futmesa... |
Queridos amigos que sempre prestigiam este modesto espaço, obrigado por passarem por aqui:
Campeonato brasileiro – Impressionante a previsibilidade que o atual estágio do futebol se encontra. E não me refiro apenas ao futebol brasileiro. Nas principais ligas européias, salvo na Itália, os times da moda continuam liderando os certames. O jogo do Milan contra a Juventus foi do mesmo nível de SC São Paulo e Rio Pardense pela Copa Laci Ughini, vários torcedores morreram de tédio e monotonia (não adianta me perguntar qual o resultado de Milan e Juve porque eu dormi). Em terras tupiniquins o brasileirão ficará entre: Vasco, Corinthians, São Paulo, Flamengo ou Fluminense. A zona da degola com América e Avaí já falecidos oferece duas vagas para o buraco negro. Os gaúchos, ao que tudo indica, ficarão no umbral, classificados para a segunda divisão da América.
Repaginando o Centro-Sul – Achei excelente várias iniciativas que tive a oportunidade de ler, tanto no blog do querido amigo Ricardo Gothe, como no blog de sir Breno Keuzner, ao que parece segundo sugestão do campeão de curling Daniel Maciel, ou seja, pela realização do brasileiro da modalidade cavado/ embarrado em data e local diferente da modalidade liso/ curling. Mesmo em se tratando da mesma regra, as modalidades têm suas particularidades. Historicamente os Estados do Sul e Sudeste gostam mais do lamaçal, enquanto os amigos do nordeste optam pelas gélidas mesas curlingnistas. Com a realização dos brasileiros de ambas as modalidades em datas e locais diversos será o futebol de mesa que será fortalecido, pois permitirá uma organização mais estruturada, inclusive permitindo a disputa dos atletas que gostam da lama e do gelo em ambas as modalidades. Assim, seria possível repaginar-se o centro-sul, o qual viraria o campeonato da modalidade cavado (já que possui mais adeptos no sul e sudeste). A idéia já foi lançada, vamos aguardar.
Opiniões Como já disse Voltaire: Não concordo com o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo. É isso meus amigos, vamos ter opiniões e principalmente respeitar a dos outros. Vamos pensar diferente, pois se todos pensam iguais significa que só um está pensado. Contudo, não vamos nos esquecer que o conflito é apenas de idéias. A verdade é grande demais para ser de um só, por isso ela é difusa, pertence a todos e não pertence a ninguém. Acima de tudo vamos opinar.
Histórias extraordinárias – Transcorria o campeonato estadual patrocinado pela FRANZEN em 2009. A delegação da ARFM estava hospedada no hotel arvoredo (ali na Fernando Machado, perto do Bazar Mimo). Eram por volta de 6h30min da manhã de domingo, no mesmo quarto estavam Duda, J. Bahia e Ronir. O Ronir tomava seu banho tranquilamente, não tinha mais nada a fazer no campeonato (como sói acontecer), de repente ouve os seguintes gritos vindos da sala do apart-hotel: AÍ, AÍ, AÍ, TIRA JOÃO, TIRA CARA, TÁ DOENDO, AÍ. Os gritos chegaram também a todos os quartos do andar. Ronir, pelado e ensaboado corre em direção à sala, esperando ver a cena bizarra, que todos estão pensando, ou seja, as deletérias sendas da baitolagem teriam eivado nossos atletas? Porém, lá chegando, depara-se com J. Bahia tentando arrancar um ferrão de abelha da mão direita do Duda, que estava trocando uma idéia na sacada com Marcelo D2, FHC e Bob Marley, quando foi atacado por uma abelha atraída pelo “insenso jamaicano”. É meus amigos, como diz o velho chavão: não é nada do que você está pensando.
Um abraço especial e carinhoso nos amigos que postaram comentários em nossa última coluna: Chambinho, Cristian Baptista, Ricardo Gothe, Aldyrzinho e Maia do GEL (voltem sempre meus caros!!!)
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Como a nossa ARFM foi fundada?
Na realidade a história da fundação da ARFM remonta ao ano de 1961...
1961: o Homem chega à Lua e os riograndinos, ao futmesa! |
Três amigos, quase inseparáveis, Clair Pereira Marques (atualmente morando em Curitiba no Paraná) Maurício Hallal e Carlos Roberto Rocha de Oliveira, resolveram fundar numa sala nos fundos da casa do Clair, situada à rua General Vitorino, 981 o Clube Recreativo Estrela Vermelha que foi o embrião da ARFM.
Começava o futebol de mesa a se organizar na cidade do Rio Grande com a realização naquele mesmo ano de 1961 do 1º Certame Citadino Aberto de Futebol de Mesa e a regra utilizada era a gaúcha, de um toque, criada pela Federação Rio-Grandense de Futebol de Mesa, fundada pelo dinâmico botonista Lenine Macedo Souza. A bolinha tinha o formato de um disco com borda de um dos lados e um furo no centro. O lado que estava com a borda para cima chamava-se bacia e quando chutada neste lado a bolinha subia bastante e o outro lado chamava-se espelho, no qual a bolinha levantava muito pouco.
Os botões eram fabricados com uma matéria prima vinda do Uruguai chamada galalite e os times não eram padronizados. Cada botão era de uma cor. Eram de uma, duas ou três camadas, muito bem trabalhados e bonitos e o fabricante ficava em Porto Alegre na Vila Scharlau. Alguns diziam que os botões eram feitos de osso. Em Rio Grande eram vendidos na famosa lotérica chamada “Esquina da Sorte”, situada na rua Silva Paes esquina com a rua Duque de Caxias, em frente onde é hoje o Restaurante Marcos e também na lotérica “A Confiança” que ficava ao lado onde é hoje o Café Dalila. Os participantes dividiam-se em três categorias. Infantis, de oito a treze anos. Juvenis, de treze a dezoito anos. E adultos de dezoito em diante.
No 1º Certame Citadino Aberto de Futebol de Mesa da Cidade do Rio Grande, as três categorias foram assim constituídas:Categoria infantil – Jorge Hallal, Carlos Orlando Moscarelli e Sergio Silva, tendo sagrado-se campeão Jorge Hallal com certa facilidade.Categoria juvenil – Clair Pereira Marques, Maurício Hallal e Carlos Roberto de Oliveira, sagrando-se campeão Clair Pereira Marques, num certame muito parelho pois os adversários conheciam muito o jogo um do outro.Categoria adulto – Waldir Tosi Ferreira, Luiz Paulo Granelo, Eduino Moscarelli, Leo Lima, Cezalino Feijó, Pedro Orlem Pinheiro, Gelson Constantino, tendo conquistado o título Waldir Tosi Ferreira num campeonato também disputadíssimo.
Após este certame, os três campeões de cada categoria foram a Porto Alegre disputar o Certame Estadual de Futebol de Mesa, não tendo Waldir Tosi e Clair Marques obtido boas classificações. Entretanto, Jorge Hallal foi CAMPEÃO ESTADUAL INFANTIL, chegando a vencer a um dos adversários pelo placar de 13x1. Uma curiosidade é que um dos adversários no certame estadual do Jorge Hallal era Ivo Wortmann, ex-jogador de futebol de vários clubes do Brasil e atualmente treinador de futebol.
Daí em diante, o futebol de mesa começou a ser mais divulgado na cidade, os campeonatos a serem realizados anualmente em clubes ou colégios gentilmente cedidos, pois os adeptos multiplicaram-se rapidamente. Foram realizados certames no Esporte Clube União Fabril, Colégio São Francisco e Associação dos Funcionários de INSS. Surgiram botonistas excelentes que foram campeões citadinos como Paulo Rodnei Marca, Fernando Teixeira, Roberto Peixoto, Mauro Curi, Roberto Giacobbo, Paulo Santos, Paulo Fernando Vidal, Gerson Marcílio Soares Garcia e Thierry Rios, todos figuras muito conhecidas em Rio Grande.
Já havia um grande números de botonistas jogando quando foi criada a Liga Riograndina de Futebol de Mesa. Porém, o primeiro Presidente da Liga recentemente criada na época , Vernei Ferreira, começou a se atritar com o botonista Waldir Tosi. O ambiente começou a ficar pesado entre os dois e a turma de botonistas que era muito unida, ficou desgostosa e vários elementos afastaram-se e não foram realizados certames abertos citadinos por cerca de dois anos seguidos.
Num Torneio de Aniversário da Liga Caxiense, disputado em Caxias do Sul pelos botonistas de Rio Grande Clair Pereira Marques e Gerson Marcílio Soares Garcia, disputado na regra gaúcha, participaram também dois botonistas baianos de Salvador-BA, Oldemar Seixas jogando com o time do Ipiranga e Ademar Carvalho jogando com o time do E.C.Vitória. Estes dois desportistas vieram a Caxias do Sul conversar com os gaúchos liderados por Adauto Celso Sambaquy de Caxias do Sul e Gilberto Ghizzi de Porto Alegre, verificar a possibilidade de ser criada a Regra Brasileira de Futebol de Mesa.
Após o término do Torneio em Caxias do Sul, reuniram-se no Hotel Alfred os botonistas Adauto Celso Sambaquy de Caxias do Sul, Clair Marques de Rio Grande e os dois baianos Oldemar Seixas e Ademar Carvalho. Foram debatidos os vários aspectos da regra gaúcha e baiana e ficou combinado que no início do ano seguinte iria uma comissão de gaúchos a Salvador-BA e juntamente com outra comissão de botonistas baianos, procurariam pinçar o que tinham de melhor a regra gaúcha e a baiana para ser criada a Regra Brasileira de Futebol de Mesa.
Entretanto, os baianos cumularam os gaúchos de gentilezas durante suas estadia na Bahia e apresentaram argumentos melhores, pois eram maioria na comissão formada para criação da nova regra. Também pesou o fato dos baianos jogarem com times padronizados, botões mais vistosos e bonitos e as mesas serem de dimensões maiores e melhores de se jogar. Por todos esses fatores, a Regra Brasileira de Futebol de Mesa que foi criada na oportunidade, acabou sendo quase 100% da regra baiana. E é por isto que até hoje muitos a chamam de regra baiana. E por esse fato, os botonistas da Liga Riograndina de Futebol de Mesa não aceitaram a nova regra e continuaram jogando na regra gaúcha. Por essa razão é que a ARFM não é hoje a mais antiga associação do Rio Grande do Sul.
16 de Junho de 1979: O Dia D!
No início do ano de 1979, dois botonistas da Liga Riograndina de Futebol de Mesa, Carlos Alberto Ribeiro Lopes e Cezalino Feijó, souberam através de artigo publicado em jornal da realização em Jaguarão-RS do Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa na Regra Brasileira. Entraram em contato com os organizadores e foram convidados a comparecerem para assistirem ao Certame. Os referidos botonistas vieram maravilhados pela organização do campeonato, pelos times bonitos, as mesas grandes, pela nova regra e foram convidados a filiarem-se e participarem dos futuros certames. Havia necessidade de fundação de uma nova Associação e de filiá-la a então União Gaúcha de Futebol de Mesa, hoje Federação Gaúcha de Futebol de Mesa. Alguns dos botonistas da Liga Riograndina haviam se afastado pelos atritos ocorridos entre os botonistas Vernei Ferreira e Waldir Tosi. Outros porque estavam estudando e não tinham tempo disponível para jogar. Foi então marcada uma reunião na casa do sr. Cezalino Feijó para tratarmos da provável fundação de uma nova associação para jogar na Regra Brasileira. Os que não concordaram em aderir a nova regra não compareceram e também se afastaram. Então, no dia 16 de junho de 1979, na rua 1º de Maio nº 634, um grupo de botonistas amigos que costumavam aos sábados à tarde se reunirem para a prática do futebol de mesa, na residência do saudoso Cezalino Tanislau Feijá, o “Nilo” como era conhecido pela maioria dos seus amigos, foi oficialmente fundada a Associação Riograndina de Futebol de Mesa.
Foram fundadores os botonistas Clair Pereira Marques, Carlos Alberto Ribeiro Lopes, Cezalino Tanislau Feijó, Osvaldo Souza de Faria Santos, Gelson Pereira Constantino, Ademir Freitas Duarte, Nilton Jorge Kirst Araújo, Luiz França, José Jair da Silva e Paulo Santos. A primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente – Clair Pereira Marques
No início do ano de 1979, dois botonistas da Liga Riograndina de Futebol de Mesa, Carlos Alberto Ribeiro Lopes e Cezalino Feijó, souberam através de artigo publicado em jornal da realização em Jaguarão-RS do Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa na Regra Brasileira. Entraram em contato com os organizadores e foram convidados a comparecerem para assistirem ao Certame. Os referidos botonistas vieram maravilhados pela organização do campeonato, pelos times bonitos, as mesas grandes, pela nova regra e foram convidados a filiarem-se e participarem dos futuros certames. Havia necessidade de fundação de uma nova Associação e de filiá-la a então União Gaúcha de Futebol de Mesa, hoje Federação Gaúcha de Futebol de Mesa. Alguns dos botonistas da Liga Riograndina haviam se afastado pelos atritos ocorridos entre os botonistas Vernei Ferreira e Waldir Tosi. Outros porque estavam estudando e não tinham tempo disponível para jogar. Foi então marcada uma reunião na casa do sr. Cezalino Feijó para tratarmos da provável fundação de uma nova associação para jogar na Regra Brasileira. Os que não concordaram em aderir a nova regra não compareceram e também se afastaram. Então, no dia 16 de junho de 1979, na rua 1º de Maio nº 634, um grupo de botonistas amigos que costumavam aos sábados à tarde se reunirem para a prática do futebol de mesa, na residência do saudoso Cezalino Tanislau Feijá, o “Nilo” como era conhecido pela maioria dos seus amigos, foi oficialmente fundada a Associação Riograndina de Futebol de Mesa.
Foram fundadores os botonistas Clair Pereira Marques, Carlos Alberto Ribeiro Lopes, Cezalino Tanislau Feijó, Osvaldo Souza de Faria Santos, Gelson Pereira Constantino, Ademir Freitas Duarte, Nilton Jorge Kirst Araújo, Luiz França, José Jair da Silva e Paulo Santos. A primeira diretoria ficou assim constituída: Presidente – Clair Pereira Marques
- 1º Vice Presidente – Carlos Alberto Ribeiro Lopes
- 2º Vice –Presidente – Cezalino Tanislau Feijó
- 1º Secretário – Osvaldo Souza de Faria Santos
- 2º Secretário – Gelson Pereira Constantino
- 1º Tesoureiro – Ademir Freitas Duarte
- 2º Tesoureiro – Nilton Jorge Kirst Araújo
- Diretor de Esportes – Luiz França
- Diretor de Promoções – José Jair da Silva
Se não fosse a minha família, a ARFM não existiria e não teria o seu primeiro título... Esse Maurício Hallal jogava muito...
ResponderExcluirGrande Mário, é com imensa satisfação que passo por aqui todas segundas, pois ler a tua coluna é muito prazeroso!!!
ResponderExcluirGrande abraço do amigo Chambinho!!!